Por Zanah Rios
“ Quero a delicia de poder sentir as coisas mais simples.”
Manuel Bandeira
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel bandeira
Oláaaaaaaaaaaaaaaa! Povão de todas as tribos, sejam bem vindos ao sensacional! Maravilhoso! Estupendo! Este que é a nova sensação da net... O Bob Quest! Rsrsrs...
Prontos pra mais uma viajem?! Então apertem os cintos e soltem as amarras, porque quem pilota esta aeronave são vocês. Hoje, como já devem terem percebido convidamos o Manuel Bandeira com seu poema “O bicho”. Na primeira vez que li esta poesia fiquei chocada, foi como um balde de água fria no meu mundinho cor de rosa. É surpreendente como a palavra tem esta força de nos tirar do comodismo e porque não dizer, do ostracismo que nos cega a inteligência. Este poema segundo , ( http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manuel-bandeira/o-bicho.php), é datado em 27 de dezembro de 1947 na cidade do Rio de Janeiro. Contudo, se der-mos uma olhadinha no youtube por exemplo e procurarmos por esta mesma poesia, poderemos ver que ela é tão atual como o era naquele momento. O poeta sensível as mazelas sociais, maestralmente registra, anuncia e denuncia o que seus olhos viram. É meu Querido (a), 62 anos se passaram, ao que tudo indica precisamos de mais poetas com a coragem de, através de seu dom, nos confrontar com o que na maioria das vezes não queremos ver.
Esta é a nossa Salada Poética!
Apreciem sem moderação!
Há aquele que escuta e deixa passar...Há aquele que tranca a sete chaves o que escutou, depois nem lembra o que guardou...Há aquele que ao ouvir se põe a caminho distribuindo as graças entre seus irmãos.
Envio
Bebe das primícias do amanhecer, farta-se do macerado pão.
Teu legado esvaece numa terra inóspita .
Observa as aves de rapina que nada possuem e são livres;
voam num céu de um azul sem par.
Mitiga e modela a face do desconhecido caminho,
pondera na timidez dos passos do teu ser infame.
Resiste a inexorável e inexpugnável cidade infante.
Expele na tua dor parturia tua cria... teu pária;
não o rejeite nem o encilhes.
Principia teu trabalho árduo.
Planta flores em meio as pedras que que te ferem.
Molha com tuas lágrimas para que cresçam.
Desaparece para que perfumem o abrigo de outros.
Assim serás nobre.
Quando a enluarada noite chegar, e a morte te abraçar,
descansarás teu corpo chagado pela labuta...
e por fim... tua alma poderá sonhar.
Zanah Rios
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