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Que saudades de.... SER CRIANÇA








Por Zanah Rios


Oieeeeeeeeeeeee! Chega quem vem chegando! Que legal poder contar um pouco das coisas que observei, vi, ouvi ou até mesmo vivi! Não necessariamente nesta ordem. Rsrsrs

Este poster apesar do saudosismo não quer ser melancólico, ao contrário, pretende evocar aquelas situações maravilhosas que fizeram parte da nossa história pessoal que formaram nosso carácter e personalidade. Além do mais, quem nunca foi criança?! Quem nunca foi adolescente?! Ecaaaaa! Agora lembrei de um amigo que tinha tanta espinha no rosto, mas tanta! Que ficava difícil saber se ele existia debaixo daquilo tudo. Rsrsrs

O legal deste poster é que só sentimos saudades do que amamos. Engraçado! Nunca tinha pensado nisto de maneira tão clara como agora! Bem...mãos a obra! E de volta ao túnel do tempo onde pra mim tudo parecia enorrrrrrrrrrrrrrme!

Logo de cara quero resgatar uma música que minha mãe ouvia na radiola, na verdade era um móvel de fórmica amarelo que enfeitava a sala, nele, tinha acoplado um rádio e uma - como disse- radiola. Me lembro até hoje da marca, ZENITH! E notem, tinha válvulas que levavam uma eternidade para esquentar.

Meus Tempos de Criança
(Ataulfo Alves, 1957)

Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos tempos de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança!
Aos domingos missa na matriz
Da cidadezinha onde nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Mirai!

Que saudades da professorinha
Que me ensinou o bê-a-bá!
Onde andará Mariazinha?
Meu primeiro amor onde andará?
E eu igual a toda meninada
Quantas travessuras que eu fazia!
Jogos de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia.

A letra desta música vem bem a calhar para o nosso assunto, eu a ouvia num vinil de 75 rotações... Bem, eu nem sabia o que isto significava! Mas, me dava muito prazer quando minha mãe pedia pra que mudasse o lado do disco. Isto me conferia, segundo ela, responsabilidade. Sou nascida no Rio de janeiro e a mais velha de oito irmãos, nesta época, estamos falando da década de setenta, tinha até então onze anos, morávamos em Nova Friburgo, numa reserva naval onde havia um bosque lindooooooooooooooo! Que rodeava nossa casa. Além das cobras, bicho de pau, borboletas, etc. Tinhamos por vizinhos um hospital para o atendimento dos militares, o qual nos era proibido o acesso, uma capela onde naturalmente por ser de uma família católica, fiz minha primeira comunhão, e próximo, a casa das irmãs (freiras) das quais agora não me recordo a ordem a que eram consagradas. Neste momento da história só existiam cinco dos oito irmãos. Haviam outros vizinhos que ficavam além fronteira da reserva, cheguei a conhecer dois meninos que logo se tornaram meus maiores melhores amigos de verdade! (Rsrsrs) Brincavamos de escorregar na palha... Era assim que a coisa se dava, primeiro a gente arrumava uma palha, escolhiamos com cuidado, depois iamos até o topo de um declive, mas tinha que estar coberto de relva para que pudesse deslizar, daí, que deliciaaaaaaaaaaaaaa! Parecia um topogan, e o melhor é que não tinhamos que pagar ingressos. È claro que haviam outras brincadeiras, tais como...Subir em árvores, caçar aranhas caranguejeiras, eu tinha uma coleção delas. Sério! Não estou brincando não! Adoravaaaaaaaaaaaaaaaa! Com a nossa engenhosidade, chegamos a construir uma casa de madeiras trançadas, com telhado de palhas, e pasmem!...tinha até porta e janelas! Com cortinas e tudo! Dentre tantas que aprontavamos juntos, o melhor era brincar de índio. Confeccionavamos nossos próprios arcos e flechas de madeira. Toscosssssss! Entretanto, para nós pareciam perfeitos. Bem, entravamos no bosque sem medo de nada, e tudo era novidade. Com eles, conheci uma planta que chamavam de azedinha, parecia um trevo e de fato era azeda. Fiquei viciada nisso! Cada um de nós levava um cantil amarrado na cintura, único artefato industrializado e neste caso necessário, até porque entre nós existia uma lenda mortal! Dizia a respeito do camaleão, era o único animal que realmente nos punha a pensar em não querer encontrar. Rezava a lenda, que se ele nos mordesse tinhamos que beber água de imediato, era o único remédio que podia nos salvar da, terrrrrrrível! mortallllllll! Mordida do camaleão. Cara, ele me assustava até nos sonhos!

Estudava na cidade, e como a reserva ficava no alto e não tinha transporte, o jeito era andar mais ou menos uns cinco quilômetros pra ir, e outros cinco pra voltar. Caracaaaaaaaa! Se você pensa que eu achava isto ruim, está muitossissimo enganado! Rsrsrs Eu adoravaaaaaaa! Sério! No percurso haviam muitas frutas. Pra você ter uma ideia! Tinha abacates, amespas, morangos silvestres, jabuticabas, castanhas natalinas e lógico, as maravilhosas azedinhas! No meio do caminho havia um bambuzal, era o único trecho onde tinha receio de passar, vou dizer porque. O caso é que sou descendente de nordestinos, e sempre ouvi de meus pais e principalmente de minha avó materna, sobre os cauuuusos que povoam o folclore da terrinha. Menino (a)! Isto na mente de uma criança passa do fantástico! Imaginem vocês que minha avó me contou que ela própria decepou a mão de um lobisomem! Clarooooo que acreditei! Como não crer na própria vó!

Bem, voltando ao bambuzal, ela me falou, ( minha avó) que certa vez passando por ali, ouviu uns barulhos, e como era muito corajosa foi ver do que se tratava, e viu dois sacis, um tinha a perna esquerda e o outro a direita, que tinham capuzes vermelhos e dividiam um cachimbo. Me contou isto com seus olhos miúdos fixados nos meus olhinhos infantis admirados por sua coragem. Tudo bem, não fosse o fato de dizer que havia prometido outro cachimbo, coisa que nunca cumpriu, até porque era só uma história de trancoso né! Na verdade creio que ela tinha mesmo era medo de eu me meter naquele bambuzal e ser picada por uma cobra. Mas pensa ! Meninooooo(a)! Toda veza que passava por ali rezava pra não encontrar os tais sacis fumadores, meu medo era tanto, mas tantooooo! que chegava a fechar os olhos naquele trecho! Rsrsrs... Nossa que saudades da vozinha! Da sua voz cantando... Eu vou pra maragangalha eu vou, eu vou com chapéu de palha, eu vou, eu vou convidar Anália, eu vou, Se Anália não quiser ir eu vou só, eu vou só eu vou só sem Anália mas eu vou... É...realmente sentimos saudades de quem amamos!

Recebia-mos muitas visitas de parentes e amigos dos parentes, e eu , lógico! Assim tipo uma shena da selva misturado com a mulher maravilha, Jane e uma pitada de indiana jones, na versão tupiniquim é claro! Servia de cicerone. Sempre que os levava para a mata alertava para o grande e real risco que conhecia. O terrrrrrrrivellll camaleão! Rsrsrs cara! Era engraçado ver os guris com medo do mato! Eu me sentia todaaaaaaaa! Ali´era meu reino. E eu, livre como um pássaro, tinha um enorme prazer em oferecer toda beleza que minha alma infantil deslumbrava. Eles podiam ter todos os brinquedos eletrônicos, tinham até tv! Mas, se encantavam mesmo era com as histórias, com o cheiro e barulhos daquela mata. Eu não possuía nenhum brinquedo, e nem precisava! Tinha todas as brincadeiras que minha imaginação pudesse criar. Fui rainha, fazendeira, índia, exploradora, arquiteta, cientista, navegadora, conquistei o mundo e o espaço com espadas, arcos e flechas. E Nada, nada podia me impedir, porque em meu coração de menina tudo era lícito e belo. E o meu coração de menina nunca deixou de sonhar! Quero ficar bem velhinha assim, até morrer.

Pois é caríssimo (a), o papo tá bom! Mas... Hoje fiquemos por aqui. Outro dia nos encontramos assim, quando eu e você estivermos de bobeira. Até mais! E volte quando quiser!







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