Por Zanah Rios
“A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.”
Vinícius de Moraes
Soneto da separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
Esta é a nossa Salada Poética!
Apreciem sem moderação!
A poesia pode nos levar a labirintos estreitos, mas nada mais extasiante que encontrar aquela palavra, que compõe a rima do verso que nos provocava.
Substancial
Não quero escrever, quero chorar meu desencanto.
Afeita das escolhas que fiz, explodir em pranto.
Desenraizar-te de mim... não consigo..é profundo;
sangra...dói tanto!
Onde habitarei se não em casas estranhas,
sem a primavera perfumada dos meus dias tantos.
Freme meu peito...ecoa surdo...cala o canto;
sangra...doí tanto!
Sem teu olhar infindo não há versos livres,
ficam prisioneiros da dor de não poder revê-los.
Morre um amor...rebento do desvelo...cobre o manto;
sangra...dói tanto!
Tão pouco te pedi, sem nada a esperar, não te condenei.
E ainda que eu exista no avesso da alegria, não te condeno.
Acalentada pela poesia...prescruto teu coração... que sei;
também sangra...também...dói tanto!
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